O livro «Visões fundamentais: Inteligência Artificial» tem apenas 161 páginas e por isso lê-se rapidamente. O facto de ser pequeno não quer dizer que não seja bem interessante e prático. Começa com uma visão geral do estado da IA nos negócios e das suas implementações a curto prazo. Mostra como a IA está a prosperar nos negócios, especialmente nos EUA. As empresas fora dos EUA também estão a adotar rapidamente a IA, nomeadamente na China, no Reino Unido, no Canadá e em Singapura.
Existe um leque alargado de tecnologias de IA em utilização e cada tecnologia desempenha um conjunto específico de tarefas. A aprendizagem profunda, por exemplo, é notável no reconhecimento de imagens e palavras. Já há muitos exemplos de tecnologia de IA implementada para fins comerciais. Os usos mais comuns da IA permitem-nos tomar melhores decisões, aperfeiçoar os processos operacionais e melhorar os produtos e serviços. Os primeiros dois são uma extensão do método de análise de dados das empresas (business analytics) e normalmente recorrem à aprendizagem computacional; já os objetivos orientados para o produto são comuns em empresas de alta tecnologia, automóveis e industria fabril avançada.
O livro tem uma secção inicial para que o leitor compreenda a Inteligência Artificial e a Aprendizagem Computacional. Nesta secção há uma interessante entrevista com Joaquin Candela sobre a aprendizagem computacional no Facebook. Termina com uma entrevista a Vikram Mahidhar e Thomas H. Davenport onde estes expõem a ideia de que as empresas que esperam para adotar a IA podem nunca recuperar.
A secção 2 tem quatro artigos sobre a adoção da IA. Numa empresa os funcionários, mesmo sem conhecimentos técnicos, têm de ser capazes de responder a três perguntas fundamentais: como é que funciona, em que é que é boa e o que é que nunca deve fazer. Depois desenvolve a questão sobre se os dados serão o novo petróleo. Termina com uma perspetiva prática, como conseguir a adesão interna e como reagir se algo falhar na primeira tentativa de implementação.
A secção 3 aborda as questões do futuro do trabalho (humano) face à introdução da IA. São apresentadas cinco escolas de pensamento, com diferentes perspetivas. A sociedade pode mudar de forma radical ou pode-se aprimorar um trabalho colaborativo na interação Homem Máquina.
A última secção é dedicada ao futuro da IA. À medida que passamos mais tempo com os nossos gadgets e computadores estamos a produzir mais dados que poderão ser usados para tornar a IA mais emocional. Ao aproximar-se ainda mais do Homem vai poder tornar-se ainda mais influente e decisiva.
Este livro é, certamente, uma boa introdução para empresários que ainda não se aperceberam que estão a perder o caminho do futuro. Boa leitura!